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Sargento Max Wolff Filho

O sargento da PMDF que se tornou herói da Força Expedicionária Brasileira - FEB

 

SGT MAX WOLFF FILHO

Nascido em 29 de julho de 1911, filho de Max Wolf, imigrante austríaco, e de Etelvina Pacheco Wolff, trabalhou com seu pai em torrefação de café e depois como escriturário nos armazéns de uma companhia de navegação. Com 18 anos de idade, alistou-se no 15º batalhão de Caçadores (15º BC) participando da revolução de 1930 ainda integrante do exército. Já no início da sua jornada de combatente, pela sua coragem e destemor, angaria a confiança e amizade do então Capitão Euclides Zenóbio da Costa.

Em 1932, durante a revolução constitucionalista, Max Wolff Filho participa de três grandes confrontos das forças federais contra os paulistas, vindo a se ferir em batalha mas permanece até o fim do embate. Como reconhecimento por sua bravura, recebe a promoção a 3º sargento.

Em 1934, Max Wolff Filho foi convidado a fazer parte da Polícia Militar do Distrito Federal, que passou a ter tal denominação a partir da edição do Decreto Presidencial nº 14.477, de 17 de novembro de 1920. Quando, em agosto de 1943, foi formada a Força Expedicionária Brasileira – FEB, Max Wolff não titubeou e se alistou, juntamente com inúmeros policiais militares da PMDF, como voluntário para compor a frente de combate brasileira contra o fascismo, no entanto, em razão da sua idade a época (32 anos) foi recusado no 1º recrutamento. 

Mas o desejo de contribuir na luta pela liberdade lhe era maior. Ao descobrir que o que amigo então General Zenóbio da Costa havia sido nomeado comandante da Infantaria da FEB, pediu-lhe que intervisse na avaliação para poder participar dos combates no front europeu. Para tanto o SGT Max Wolff submeteu-se a uma cirurgia de hérnia realizada pelo serviço médico da PMDF, a fim de estar apto para o alistamento. Desta forma recebeu uma carta de recomendação do próprio General Zenóbio da Costa com data em branco a fim de que ao se reestabelecer pudesse dela se utilizar ao se apresentar em novo alistamento.

Em agosto de 1945 é aprovado na inspeção de saúde e classificado no 11º Regimento de Infantaria, embarcando para Itália em 22 de setembro de 1944 e chegando em Nápoles em 06 de outubro daquele mesmo ano. Sua experiencia prévia em combates reais, carisma e destemor logo o fizeram admirado pelos seus subordinados, pares e superiores. Participou ativamente na conquista do Monte Castelo; levava suprimentos e munições à linha de combate e retornava com os feridos e mortos para base do regimento. Em um dos episódios desta empreitada, recebeu um pedido do General Zenóbio para resgatar o corpo do Capitão João Tarcísio Bueno, desaparecido durante o conflito, missão extremamente arriscada em razão das posições alemãs ainda muito agressivas acima do Monte Castelo. Mesmo assim, Max Wolff se voluntariou para o resgate e apesar de não lograr êxito na localização do Capitão Bueno, conseguiu resgatar outros dois feridos e posteriormente foi-lhe informado que o Capitão Bueno havia sido resgatado por um soldado antes de sua saída. Pela sua ousadia e destemor foi recomendado pelo Coronel Delmiro de Andrade, comandante do 11º Regimento de Infantaria, a ser condecorado com a Bronze Star norte-americana.

Em 7 de março de 1945, Castelnuovo havia sido tomada pelos aliados, mas era necessário mantê-la em comunicação com as posições mais a retaguarda das linhas de frete do combate. Mesmo sabendo que o terreno era extremamente perigoso, por conta das minas terrestres, o 3º SGT Max Wolff voluntariou-se para passar os cabos de transmissão telefônica pelo percurso durante a noite. Por esta ação, recebeu mais uma referência elogiosa do General João Batista Mascarenhas de Morais, comandante da FEB. Poucos dias depois o General Lucian Truscott, comandante do 5º exército norte-americano, condecora-o com a medalha Bronze Star pelos relevantes atos de bravura que realizou, recebendo também a promoção a 2º Sargento.

A intrepidez do 2º SGT Max Wolff foi novamente testada quando a FEB recebe a missão de tomar a cidade de Montese das forças nazistas. Na ocasião, pelotões de reconhecimento foram lançados no terreno a fim de realizarem uma varredura nas posições circunvizinhas a cidade. Mais uma vez Max Wolff Filho se apresentou corajosamente para preceder árdua tarefa, visto a periculosidade em dispor-se em patrulha à luz do dia. Assim, em 12 de abril de 1945 ele com mais 19 homens seguem para a denominada cota 747. Durante a patrulha, como de costume, o 2º SGT Max Wolff foi a frente, verificando os casebres no campo aberto. Em um deles porém, parte uma rajada de metralhadora que o atinge frontalmente, levando-o a tombar sobre os joelhos, logo em seguida é atingido mortalmente por outra rajada.

O inimigo mantém fogo livre impedindo que os integrantes da patrulha resgatem o corpo de Max Wolff Filho. Nessa empreitada mais um soldado, João Estevan, tomba em combate e os Sargento Faccion e o Soldado Antônio de Sá Rodrigues são feridos. Somente 48 horas depois o corpo do Sargento Max Wolff Filho é recolhido. A lamentação pela perda do herói é geral. Seu esforço não foi em vão. Em 17 de abril de 1945 após quatro longos dias de batalha, os brasileiros conquistam Montese. Os restos mortais do Sargento Max Wolff Filho repousam desde 1960 no Mausoléu da FEB. Ele foi postumamente promovido a 2º Tenente, recebendo a medalha Cruz de Combate de 1ª Classe, maior condecoração brasileira por ato de bravura da FEB. O exemplo de coragem e determinação do Policial Militar que de própria vontade, superou obstáculos para servir a sua pátria e à liberdade estão marcados na memória e homenagens prestadas em sua honra com os monumentos erigidos no 20º Batalhão de Infantaria Blindado - Curitiba/PR e na Escola de Sargento das Armas em Três Corações/MG que recebera a denominação histórica que leva o seu nome “Sargento Max Wolff Filho” e em 2019 institui o sabre “Max Wolff Filho” para ser carregado pelos alunos da EsSA.

 

Referências:

- Revista Verde-Oliva, Ano XXXIX, nº 212 JUL/AGO/SET 2011

- Sala de Guerra: Sargento Max Wolff Filho: 75 anos sem o maior herói da FEB - DOC #49. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=tNyv6Fc20mA&t =1042s. Acesso em 23 set 2020.

Fonte das Fotografias:

- Revista Verde-Oliva, Ano XXXIX, nº 212 JUL/AGO/SET 2011 https://dec.pm.df.gov.br/index.php?option=com_phocagallery&view=category&id=8:decada-de-60&Itemid=341

Autor: CAP QOPM Nataniel Anderson Carvalho de Sousa

POLÍCIA MILITAR DO DISTRITO FEDERAL - MUITO MAIS QUE SEGURANÇA

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